Gestão de Resíduos
Um bom gerenciamento e uma destinação correta de resíduos é essencial e de grande importância para sociedade. Além de ser um aspecto positivo em termos de não poluição ambiental, a reutilização desses materiais impacta diretamente em uma possível redução na extração de recursos minerais.
O que são Resíduos?
Pode-se dizer que resíduos estão relacionados a substâncias advindas da atividade humana, como sobras da produção industrial e até mesmo óleos de frituras domésticas. Estas substâncias em sua grande maioria podem causar diferentes efeitos para a fauna e flora, assim exigem um controle no descarte e métodos específicos para sua destinação final, mas quando reutilizados podem gerar economia dos recursos naturais. Resíduos de diferentes aspectos como gasosos contidos em recipientes, lodos resultados do sistema de tratamento de efluentes (qualquer material sólido, líquido ou gasoso, que sai de um processo) ou então afluentes (qualquer material sólido, líquido ou gasoso, que entra de um processo) podem ser agrupados como resíduos sólidos. Resíduos sólidos, por sua vez, são materiais variados que devem ser tratados da forma mais coerente possível respeitando as exigências propostas pela legislação vigente. Para uma boa gestão dos resíduos deve-se seguir alguns passos e respeitar normas. Isso inclui coletá-los, tratá-los e destiná-los de forma adequada, sem esquecer critérios sanitários, ambientais e econômicos.
Conhecendo o ciclo dos resíduos desde sua origem até seu destino final existem diferentes tipos de resíduos podendo ser classificados segundo a NBR 10.004/2004 (ABNT 2004a) por:
Toxicidade: tem a capacidade de causar danos ao sistema biológico de um ser vivo, alterando-o consideravelmente dependendo o nível de exposição;
Inflamabilidade: materiais sujeitos a combustão espontânea, ou ainda, substâncias que em determinadas condições emitem gases inflamáveis;
Corrosividade: existem dois materiais que apresentam essa propriedade, ácidos (pH entre 0 a 7) e bases (pH entre 7 a 14). segundo a NBR 10.004/2004 (ABNT 2004a) em estado aquoso são corrosivos quando apresentarem ph menor ou igual a 2 e maior ou igual a 12,5;
Reatividade: resíduos que suscite a reação, ou seja, reaja de forma violenta e imediata, normalmente essas reações podem causar explosões e ou liberar gases nocivos;
Patogenicidade: Toda amostra representativa de resíduo que contenha os suspeita de conter proteínas virais, materiais genéticos, organismos modificados geneticamente, plasmídeos microorganismos e toxinas capazes de produzir doenças aos seres humanos.
Classificação dos resíduos quanto à perigosos ou não perigosos segundo a NBR 10.004/2004 (ABNT 2004a) :
Resíduos Classe I (Perigosos): são considerados perigosos quando apresentam algum grau de risco para o meio ambiente ou para o homem, ou seja, materiais que possam ser contaminantes apresentando ao menos uma das características anteriores (toxicidade,inflamabilidade, corrosividade, reatividade e ou patogenicidade).
Exemplos de resíduos classe I: tintas; óleos minerais; equipamentos de proteção individual (EPIs), lubrificantes, entre outros.
Resíduos Classe II: classificação criada para indicar qualquer material que não possui nenhum nível de periculosidade ou, caso tenham, possuam níveis muito baixos.
Resíduos Classe II A (Não-inertes): Esses resíduos apresentam características de solubilidade em água, combustibilidade ou biodegradabilidade.
Exemplos de resíduos classe II-A: Bagaços de frutas, madeiras, fibras de vidro, tecidos, entre outros.
Resíduos Classe II-B (Inertes): são resíduos que não possuem inflamabilidade, não são reativos e quando submetidos a solução aquosa não solubilizam ou caso solubilizar minimamente seus constituintes não alteram a potabilidade da água.
Exemplos de resíduos industriais classe II B são: sobras da construção civil (areia, tijolo, pedra, aço e alumínio).
Algumas fontes de resíduos?
Resíduos industriais: Segundo a resolução Conama n. 313 (Brasil,2002c), são resíduos industriais sólidos, semissólidos, gasosos e líquidos caso seja inviável o lançamento em corpos d'água ou rede de esgoto pela sua composição e que precisam de um tratamento especial. Com a reciclagem de alguns materiais pode-se obter um lucro financeiro e de insumos.
Indústria Química e metalúrgica: Tintas, plásticos, pilhas, alumínio, ferro
Construção Civil: entulhos ( concreto, madeira, aço, cerâmicos )
Agroindústria: matéria orgânica (restos de frutas, vegetais), agrotóxicos, fertilizantes químicos.
Resíduos Urbanos: São resíduos sólidos urbanos em sua grande maioria produtos finais da indústria como lâmpadas, medicamentos, frascos de aerossóis, papéis e vidros.
Formas de destinação final dos resíduos sólidos
De acordo com o inciso VII do artigo 3 da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a destinação final diz respeito “a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.”
Dentre as formas de destinação final de resíduos tem-se a compostagem, o co-processamento em fornos de cimento, a reciclagem e a incineração. Estes processos estão descritos a seguir:
Compostagem: Essa destinação se dá por meio de um processo controlado de decomposição microbiana que transforma matéria orgânica em adubo ou ainda ração animal, reduzindo o envio de resíduos para aterros. Este tipo de processo é utilizado quando os resíduos são compostos por grande quantidade de matéria orgânica, como por exemplo, restos de alimentos.
Co-processamento em fornos de cimento: Esse tipo de destinação ocorre por meio da queima de resíduos em fornos de cimento com elevadas temperaturas (acima de 1.200 °C), para reaproveitamento de energia, em que o material é utilizado para substituir combustível. Este processo é utilizado também no reaproveitamento como substituto da matéria-prima, desde que, os resíduos a serem eliminados apresentem características similares às dos componentes normalmente empregados na produção de clínquer. Como são utilizadas temperaturas elevadas, praticamente toda a carga orgânica é destruída. Este método não é permitido para realizar queima de organoclorados, resíduos urbanos, radioativos e hospitalares.
Reciclagem: Essa talvez seja a forma mais conhecida para destinação dos resíduos sólidos. A reciclagem é o processo onde ocorre a transformação dos resíduos sólidos, envolvendo a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, visando à transformação desses resíduos em insumos ou na produção de novos produtos.
Incineração: Este tipo de destinação é basicamente uma decomposição térmica de resíduos, com o objetivo de reduzir o volume e a sua toxicidade. Esse processo ocorre por meio da incineração, onde é possível obter a redução de resíduos em até 5% do volume e 15% do peso original. Através da incineração ainda é possível recuperar a energia contida nos resíduos processados. Apesar de ser um processo muito adequado, o mesmo apresenta uma elevada limitação financeira devido ao fato que o investimento de uma unidade de incineração ser bastante elevado, já que possui um alto custo de operação e manutenção, além de mão de obra especializada.
Formas disposição final de resíduos sólidos
A disposição final de resíduos é a distribuição ordenada ou desordenada desses rejeitos em aterros. A definição de disposição final ambiental adequada está descrita no inciso VIII do artigo 3° da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em que consta a seguinte descrição: “distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.” Entre as formas de disposição final de resíduos sólidos estão o aterro comum, o aterro controlado e o aterro sanitário. Estes processos estão descritos a seguir:
Aterro comum ou lixão: Esta é uma forma inadequada de disposição final dos resíduos sólidos, pelo fato de que se utiliza da disposição de resíduos sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública. Infelizmente, ainda existem inúmeros lixões espalhados pelo Brasil.
Aterro controlado: Esse tipo de aterro é muito semelhante ao aterro comum, apresentando pequenas adaptações. Assim como os lixões, o solo não é protegido contra a decomposição dos resíduos e não há controle dos gases, a diferença deste é que ocorre um recobrimento dos resíduos com material inerte diariamente.
Aterro Sanitário: Este é um uma forma adequada da disposição final de sólidos, pelo fato de ser uma técnica que não causa danos ou riscos à saúde pública e à segurança. O aterro sanitário é uma solução economicamente viável e que causa menos impactos ao meio ambiente. Este método apresenta algumas limitações, possuindo uma curta vida útil de duração, exigindo grandes extensões de terra e constantes controle e manutenção. Os aterros sanitários recebem resíduos de classe II A e II B, não inertes e inertes, respectivamente. Os resíduos perigosos, classe I, são encaminhados para aterros industriais, que possuem formas de disposição final mais específicas devido às características dessa classe de resíduos.
Para finalizar:
Logística é uma atividade que cuida do gerenciamento de materiais e produtos. Isso ocasionado do ciclo de vida de cada material sendo iniciado na aquisição de matérias-primas, seu transporte para a fabricação do produto, o transporte do produto até o consumidor e sua comercialização, com compra e consumo/uso e por fim a disposição final de forma correta. Se você quer realizar o gerenciamento e a destinação final de seus resíduos de forma correta seguindo a legislação vigente mas não sabe como ou precisa de mais dicas e um acompanhamento personalizado, a Equaliza é o lugar certo para resolver os seus problemas! Oferecemos consultoria e aplicação no gerenciamento e na destinação final dos resíduos gerados por sua empresa, garantindo que seu negócio fique de acordo com a legislação vigente. Se for do seu interesse, entre em contato conosco clicando aqui, estaremos prontos para te atender!
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Referências:
ASSIS, Adriana H. C. Análise ambiental e gestão de resíduos.[livro eletrônico/Adriana Helfenberger Coleto Assis. 1. ed. Curitiba: InterSaberes, 2020. (Série Química, Meio Ambiente e Sociedade)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm , acessado em 27/08/2022
https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/1026318/decreto-7404-10 , acessado em 27/08/2022;
https://www.vgresiduos.com.br/blog/principais-duvidas-e-respostas-sobre-destinacao-de-residuos-solidos/ , acessado em 27/08/2022;
https://grupo-interacao.com/disposicao-destinacao-final-residuos/ , acessado em 27/08/2022;
https://meuresiduo.com/categoria-1/2019-chegou-ao-final-e-a-situacao-dos-residuos-solidos-no-brasil-ainda-preocupa-neste-2020/ , acessado em 29/08/2022;
https://www.ipea.gov.br/cts/pt/central-de-conteudo/artigos/artigos/217-residuos-solidos-urbanos-no-brasil-desafios-tecnologicos-politicos-e-economicos , acessado em 29/08/2022;
https://portal.fmu.br/noticias/reciclagem-no-brasil-panorama-atual-e-desafios-para-o-futuro/#:~:text=De%20todo%20lixo%20produzido%20no,social%20e%20o%20desenvolvimento%20econ%C3%B4mico. , acessado em 29/08/2022;
https://blog.brkambiental.com.br/reciclagem-no-brasil/ , acessado em 29/08/2022;
https://www.automacaoindustrial.info/residuos-industriais/ , acessado em 31/08/2022.
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